terça-feira, 30 de setembro de 2008

A Viagem e a Vida...


Dia desses, li um livro que comparava
a vida a uma viagem de trem.
Uma comparação extremamente interessante,
quando bem interpretada.
Interessante,
porque nossa vida é como uma viagem de trem,
cheia de embarques e desembarques,
de pequenos acidentes pelo caminho,
de surpresas agradáveis com alguns embarques
e de tristezas com os desembarques...
Quando nascemos,
ao embarcarmos nesse trem,
encontramos duas pessoas que,
acreditamos que farão conosco a viagem até o fim:
nossos pais.
Não é verdade.
Infelizmente, em alguma estação, eles desembarcam,
deixando-nos órfãos de seus carinho, proteção,
amor e afeto.
Mas isso não impede que,
durante a viagem, embarquem pessoas interessantes
que virão a ser especiais para nós:
nossos irmãos, parentes, amigos e amores.
Muitas pessoas tomam esse trem a passeio.
Outras fazem a viagem experimentando somente tristezas.
E no trem há, também,
outras que passam de vagão em vagão,
prontas para ajudar a quem precisa.
Muitos descem e deixam saudades eternas.
Outros tantos viajam no trem de tal forma que,
quando desocupam seus assentos, ninguém sequer percebe.
Curioso é considerar que alguns passageiros
que nos são tão caros acomodam-se
em vagões diferentes do nosso.
Isso nos obriga a fazer essa viagem
separados deles.
Mas isso não nos impede de,
com grande dificuldade, atravessarmos nosso vagão
e chegarmos até eles.
O difícil é aceitarmos que não podemos sentar
ao seu lado,
pois outra pessoa estará ocupando esse lugar.
Essa viagem é assim:
cheia de atropelos, sonhos, fantasias,
esperas, embarques e desembarques.
Sabemos que esse trem jamais volta.
Façamos essa viagem da melhor maneira possível,
tentando manter um bom relacionamento com todos,
procurando em cada um o que tem de melhor,
lembrando sempre que,
em algum momento do trajeto poderão fraquejar,
e, provavelmente,
precisaremos entender isso.
Nós mesmos fraquejamos algumas vezes.
E, certamente, alguém nos entenderá.
O grande mistério é que não sabemos
em qual parada desceremos.
E fico pensando:
quando eu descer desse trem sentirei saudades?
Sim.
Deixar meus filhos viajando sozinhos
será muito triste.
Separar-me dos parentes e amigos que nele fiz,
do amor da minha vida, será para mim dolorido.
Mas me agarro na esperança de que,
em algum momento,
estarei na estação principal,
e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem,
que não tinham quando embarcaram.
E o que me deixará feliz é saber que, de alguma forma,
eu colaborei para que essa bagagem tenha crescido
e se tornado valiosa.
Agora, nesse momento,
o trem diminui sua velocidade para que embarquem
e desembarquem pessoas.
Minha expectativa aumenta,
à medida que o trem vai diminuindo sua velocidade...
Quem entrará?
Quem sairá?
Eu gostaria que você pensasse
no desembarque do trem,
não só como a representação da morte,
mas, também,
como o término de uma história,
de algo que duas ou mais pessoas construíram e que,
por um motivo ínfimo,
deixaram desmoronar.
Fico feliz em perceber que certas pessoas
como nós, têm a capacidade de reconstruir
para recomeçar.
Isso é sinal de garra e de luta,
é saber viver, é tirar o melhor de "todos os passageiros".
Agradeço muito por você fazer parte da minha viagem,
e por mais que nossos assentos
não estejam lado a lado, com certeza,
o vagão é o mesmo.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

a TV no Brasil aumenta a burrice do ser humano...



DO MUNDO VIRTUAL AO ESPIRITUAL



Ao viajar pelo Oriente,
mantive contatos com monges do Tibete,
da Mongólia, do Japão e da China.
Eram homens serenos, comedidos,
recolhidos em paz em seus mantos cor de açafrão.
Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo:
a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares,
preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam.
Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa,
mas como a companhia aérea oferecia um outro café,
todos comiam vorazmente.
Aquilo me fez refletir:
'Qual dos dois modelos produz felicidade?
'Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador,
às nove da manhã, e perguntei:
'Não foi à aula?'
Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'.
Comemorei:
'Que bom, então de manhã você pode brincar,
dormir até mais tarde'.
'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...'
'Que tanta coisa?', perguntei.
'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina',
e começou a elencar seu programa de garota robotizada.
Fiquei pensando:
'Que pena, a Daniela não disse:
'Tenho aula de meditação!'

Estamos construindo super-homens e supermulheres,
totalmente equipados,
mas emocionalmente infantilizados.
Por isso as empresas consideram agora que,
mais importante que o QI,
é a IE, a Inteligência Emocional.
Não adianta ser um superexecutivo
se não se consegue se relacionar com as pessoas.
Ora, como seria importante os currículos escolares
incluírem aulas de meditação!
Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha,
em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica;
hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias!
Não tenho nada contra malhar o corpo,
mas me preocupo com a desproporção
em relação à malhação do espírito.
Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos:
'Como estava o defunto?'.
'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!'
Mas como fica a questão da subjetividade?
Da espiritualidade?
Da ociosidade amorosa?
Outrora, falava-se em realidade:
análise da realidade,
inserir-se na realidade,
conhecer a realidade.
Hoje, a palavra é virtualidade.
Tudo é virtual.
Pode-se fazer sexo virtual pela internet:
não se pega aids, não há envolvimento emocional,
controla-se no mouse.
Trancado em seu quarto, em Brasília,
um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio,
sem nenhuma preocupação de conhecer
o seu vizi­nho de prédio ou de quadra!
Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores,
não há compromisso com o real!
É muito grave esse processo de abstração da linguagem,
de sentimentos: somos místicos virtuais,
religiosos virtuais, cidadãos virtuais.
Enquanto isso, a realidade vai por outro lado,
pois somos também eticamente virtuais...
A cultura começa onde a natureza termina.
Cultura é o refinamento do espírito.
Televisão, no Brasil - com raras e honrosas exceções -
é um problema:
a cada semana que passa,
temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos.
A palavra hoje é 'entretenimento';
domingo, então,
é o dia nacional da imbecilização coletiva.
Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se
apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela.
Como a publicidade não consegue vender felicidade,
passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres:
'Se tomar este refrigerante, vestir este tênis,­
usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!'
O problema é que, em geral, não se chega!
Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo,
que acaba­ precisando de um analista.
Ou de remédios.
Quem resiste, aumenta a neurose.
Os psicanalistas tentam descobrir
o que fazer com o desejo dos seus pacientes.
Colocá-los onde?
Eu, que não sou da área,
posso me dar o direito de apresentar uma su­gestão.
Acho que só há uma saída:
virar o desejo para dentro.
Porque, para fora, ele não tem aonde ir!
O grande desafio é virar o desejo para dentro,
gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre
de todo esse condicionamento globalizante,
neoliberal, consumista.
Assim, pode-se viver melhor.
Aliás, para uma boa saúde mental
três requisitos são indispensáveis:
amizades,
auto-estima,
ausência de estresse
.
Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno.
Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral,
deve procurar saber a história daquela cidade
- a catedral é o sinal de que ela tem história.
Na Idade Média,
as cidades adquiriam status construindo uma catedral;
hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center.
É curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas
arquitetônicas de catedrais estilizadas;
neles não se pode ir de qualquer maneira,
é preciso vestir roupa de missa de domingos.
E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca:
não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...
Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno,
aquela musiquinha de esperar dentista.
Observam-se os vários nichos,
todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo,
acolitados por belas sacerdotisas.
Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus.
Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito,
entrar no cheque especial, sente-se no purgatório.
Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno...
Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna,
irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco
e o mesmo hambúrguer do McDonald's...
Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas:
'Estou apenas fazendo um passeio socrático.'
Diante de seus olhares espantados, explico:
'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça
percorrendo o centro comercial de Atenas.
Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:
'Estou apenas observando quanta coisa existe
de que não preciso para ser feliz.'

Frei Betto
enviado p/cidinha

domingo, 28 de setembro de 2008

Coragem...



Todo caminho da gente é resvaloso.
Mas também cair não prejudica demais
a gente levanta,
a gente sobe,
a gente volta!...
O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim:
esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é
CORAGEM.
João Guimarães Rosa

sábado, 27 de setembro de 2008

Oh! Minas Gerais...


enviado p/Teka

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Sobre estar sozinho



Não é apenas o avanço tecnológico
que marcou o início deste milênio.
As relações afetivas também
estão passando por profundas transformações
e revolucionando o conceito de amor.
O que se busca, hoje,
é uma relação compatível com os tempos modernos,
na qual exista individualidade,
respeito, alegria e prazer de estar junto,
e não mais uma relação de dependência,
em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.
A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade,
que nasceu com o romantismo,
está fadada a desaparecer neste início de século.
O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração
e precisamos encontrar
nossa outra metade para nos sentirmos completos.
Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que,
historicamente, tem atingido mais a mulher.
Ela abandona suas características,
para se amalgamar ao projeto masculino.
A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz:
o outro tem de saber fazer o que eu não sei.
Se sou manso, ele deve ser agressivo,
e assim por diante.
Uma idéia prática de sobrevivência
– e pouco romântica, por sinal.
A palavra de ordem deste século é parceria.
Estamos trocando o amor de necessidade,
pelo amor de desejo.
Eu gosto e desejo a companhia,
mas não preciso, o que é muito diferente.
Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual,
as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas,
e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas.
Elas estão começando a perceber que se sentem fração,
mas são inteiras.
O outro, com o qual se estabelece um elo,
também se sente uma fração.
Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma.
É apenas um companheiro de viagem.
O homem é um animal que vai mudando o mundo,
e depois tem de ir se reciclando,
para se adaptar ao mundo que fabricou.
Estamos entrando na era da individualidade,
o que não tem nada a ver com egoísmo.
O egoísta não tem energia própria;
ele se alimenta da energia que vem do outro,
seja ela financeira ou moral.
A nova forma de amor, ou mais amor,
tem nova feição e significado.
Visa à aproximação de dois inteiros,
e não a união de duas metades.
E ela só é possível para aqueles que
conseguirem trabalhar sua individualidade.
Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho,
mais preparado estará para uma boa relação afetiva.
A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso.
Ao contrário, dá dignidade à pessoa.
As boas relações afetivas são ótimas,
são muito parecidas com o ficar sozinho,
ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.
Relações de dominação e de concessões exageradas
são coisas do século passado.
Cada cérebro é único.
Nosso modo de pensar e agir
não serve de referência para avaliar ninguém.
Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e,
na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.
Todas as pessoas deveriam
ficar sozinhas de vez em quando,
para estabelecer um diálogo interno
e descobrir sua força pessoal.
Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia
e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo,
e não a partir do outro.
Ao perceber isso, ele se torna menos crítico
e mais compreensivo quanto às diferenças,
respeitando a maneira de ser de cada um.
O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável.
Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia
e o respeito pelo ser amado.
Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém:
algumas vezes,
você tem de aprender a perdoar a si mesmo
Flávio Gikovate
enviado p/rosinha

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Primavera...



"Esta é uma primavera diferente,
com as matas intactas,
as árvores cobertas de folhas
- e só os poetas,
entre os humanos, sabem que uma Deusa chega,
coroada de flores,
com vestidos bordados de flores,
com os braços carregados de flores,
e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a Primavera chega.
É certo que a vida não se esquece,
a terra maternalmente se enfeita
para as festas de sua perpetuação"

(Cecília Meireles)
enviado p/Da.Ivone

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Connie Talbot - By INE BRAAT

7 year old Connie Talbot

sings "I will Always Love You" for her mother.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Deus age na paixão...



Entre as colinas,
quando vos sentardes à sombra fresca
dos álamos brancos,
partilhando da paz e da serenidade dos campos
e dos prados distantes,
então que vosso coração diga em silêncio:
"Deus repousa na Razão".
E quando bramir a tempestade,
e o vento poderoso sacudir a floresta,
e o trovão e o relâmpago proclamarem
a majestade do céu,
então que vosso coração diga
com temor e respeito:
"Deus age na Paixão".
E já que sois um sopro na esfera de Deus
e uma folha na floresta de Deus,
também devereis
descansar na razão e agir na paixão.
(K Gibran)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A primeira carta...



"Se a própria existência cotidiana lhe parecer pobre,
não a acuse.
Acuse a si mesmo,
diga consigo que não é bastante poeta para extrair as suas riquezas.
Para o criador, com efeito,
não há pobreza nem lugar mesquinho e indiferente.
Mesmo que se encontrasse numa prisão,
cujas paredes impedissem todos os ruídos do mundo
de chegar aos seus ouvidos, não lhe ficaria sempre sua infância,
esta esplêndida e régia riqueza, esse tesouro de recordações?
Volte a atenção para ela.
Procure soerguer as sensações submersas deste longínquo passado:
sua personalidade há de reforçar-se,
sua solidão há de alargar-se e transformar-se numa habitação
entre o lusco e fusco diante do qual o ruído dos outros passa longe,
sem nela penetrar.
Se depois desta volta para dentro,
deste ensimesmar-se, brotarem versos,
não mais pensará em perguntar seja a quem for se são bons.
Nem tão pouco tentará interessar as revistas
por esses seus trabalhos,

pois há de ver neles sua querida propriedade natural,
um pedaço e uma voz de sua vida.
Uma obra de arte é boa quando nasceu por necessidade.
Neste caráter de origem está o seu critério,
— o único existente."
Primeira carta
Rainer Maria Rilke
1903

domingo, 21 de setembro de 2008

THE TIGER TEMPLE - TAILÂNDIA


MONASTÉRIO WAT PA LUANGTA BUA YANNASAMPANNO


O Templo do Tigre na Tailândia é um lugar

onde foi formado um extraordinário vínculo entre o homem e o mundo dos “gatos grandes”.
Os tigres são tão pacíficos aqui, que é como se tivessem aceitado o Budismo como religião. Na verdade eles sempre se sentam para as sessões de meditação com os monges e ajoelham diante deles como se eles fossem seus gurus.

A ligação homens/tigres começou em 1999, quando um bebê tigre doente e órfão - depois de perder a sua mãe, morta por caçadores clandestinos - foi levado para os monges.
Dali para frente começaram a chegar outras crias órfãs de tigre, vítimas de caçadores clandestinos. O mais espantoso é que, mesmo depois de grandes, nenhum dos tigres ficou feroz.
O Monastério
Wat Pa Luangta Bua Yannasampanno, na Tailândia, é a morada de uma família de tigres criados por um monge, e vivendo junto às pessoas visitantes. Há cerca de 40 tigres no temploalimentação que recebem dos monges, à base de leite, cereais e galinhas cozidas

sábado, 20 de setembro de 2008

Desfiz 75 anos...



Minha formação filosófica impõe-me o uso preciso
das palavras porque as palavras devem revelar o ser.
E é assim, usando de forma precisa as palavras,
comunico aos meus leitores que ontem,
dia 15 de setembro, eu desfiz 75 anos...
Haverá leitores que se apressarão a corrigir meu uso estranho,
nunca visto, da palavra "desfazer", atribuindo-o,
quem sabe, a um início do mal de Alzheimer.
Todo mundo sabe que, para se anunciar um aniversário,
o certo é dizer "fiz" tantos anos.
No meu caso, "fiz" 75 anos...
Mas o verbo "fazer" sugere algo que aumenta,
um crescimento do ser, o artista e o artesão "fazem"...
Mas, que ser aumenta com a passagem do tempo,
esse monstro que devora os seus filhos?
O que aumenta é o vazio.
Esses anos que o aniversariante distraído anuncia
como anos que ele fez são, precisamente,
os anos que ele desfez, o tempo que já passou,
que deixou de ser, os anos que o tempo devorou.
Por isso acho um equívoco filosófico perguntar a alguém:
"Quantos anos você tem?".
O certo seria perguntar "quantos anos você não tem?".
E ela responderia "não tenho 42 anos",
"não tenho 28 anos".
Porque esse número de anos indica precisamente
os anos que ela não tem mais.
Nos aniversários, então, a maneira correta de se dirigir
ao aniversariante é perguntando-lhe
"quantos anos você está desfazendo hoje?".
Com base nessas reflexões filosóficas acho extremamente estranho
e mesmo de mau gosto esse costume de o aniversariante
soprar as velinhas acessas para que elas se reduzam
a um pavio negro retorcido.
Aí, nesse momento, todos gritam e riem de alegria e cantam o
"Parabéns pra você",
em louvor a essa "data querida..."
Bachelard, no seu delicadíssimo livro
"A Chama de uma Vela",
que nunca será best-seller,
nos lembra que uma vela que queima
é uma metáfora da existência humana.
Há alguma coisa de trágico na vela que queima:
para iluminar, ela tem que morrer um pouco.
Por isso ela chora, e suas lágrimas escorrem
sobre o seu corpo sob a forma de estrias de cera.
Uma vela que se apaga é uma vela que morre.
Algumas velas se consomem todas, morrem de pé,
têm de morrer porque a cera já se chorou toda.
Outras morrem antes da hora
- elas não queriam morrer-,
mas veio o vento e a chama se foi.
As velinhas acesas fincadas no bolo não querem morrer.
Elas vão ser assassinadas por um sopro.
O sopro que apaga as velas é o sopro que apaga a vida...
Por isso não entendo os risos, as palmas
e a alegria que se segue ao sopro que apaga as velas.
Uma vela que se apaga é um sol que se põe,
disse Bachelard.
E todo pôr-do-sol é triste...
Uma vela que se apaga anuncia um crepúsculo.
Por isso eu prefiro um ritual diferente,
ritual que é uma invocação.
Eu acendo uma vela pedindo aos deuses
que me dêem muitos anos a mais de vida,
esses anos que se seguirão,
que são o único tempo que realmente possuo...
Assim fiz, acendi uma vela,
meus amigos à minha volta.
Que coisa boa é ter amigos,
especialmente quando o crepúsculo
e a noite se anunciam!
Acho que a vida humana não se mede
nem por batidas cardíacas nem por ondas cerebrais.
Somos humanos, permanecemos humanos
enquanto estiver acesa em nós a esperança da alegria.
Desfeita a esperança da alegria,
a vela se apaga e a vida perde o sentido.

enviado p/sonia

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Irena Sendler Tribute...

A história de Irena Sendler

é repleta de heroísmo com proporções quase míticas.
No entanto, ficou extraviada entre as barras do tempo durante mais de meio século.
Desconhecida e oculta de maneira inexplicável para a maioria das pessoas,
como um tesouro antigo esperando para ser descoberto.Durante anos, a história da heroína polonesa permaneceu oculta,
até que, em 1999, um grupo de estudantes estadunidenses
descobriram a história numa pesquisa sobre os heróis do Holocausto.Quando Irena caminhava pelas ruas do Gueto,
levava um bracelete com a estrela de David,
como sinal de solidariedade e para não chamar a atenção sobre si mesma.
Não demorou a contatar famílias para tirar os seus filhos do gueto.
Mas não podia dar garantias de sucesso.
A única coisa que tinham certeza era que as crianças morreriam se permanecessem ali.
Muitas mães e avós ficaram reticentes a entregar seus filhos e netos,
algo absolutamente compreensível mas que resultou fatal para eles.
Algumas vezes, quando Irena ou suas garotas voltavam a visitar as famílias
para tentar convencê-los a mudar de opinião,
ficavam sabendo que todos tinham sido levados
para o trem que os conduziria aos campos da morte.Ao longo de um ano e meio, até a evacuação do Gueto no verão do 42,
Irena conseguiu resgatar mais de 2.500 crianças por diferentes maneiras:
começou a tirá-los em ambulâncias como vítimas do tifo
e assim se valia de todo tipo de subterfúgios que servissem para escondê-los:
sacos, cestos de lixo, caixas de ferramentas,
cargas de mercadorias, carroça de batatas, caixões...
em suas mãos qualquer elemento transformava-se numa via de fuga.Irena queria que um dia pudessem recuperar seus verdadeiros nomes,
sua identidade, suas histórias pessoais e suas famílias.
Então criou um arquivo no qual registrava os nomes
dos pequenos e suas novas identidades.Assim ela persistiu no seu plano de salvar o maior número
de menores possível, até que os nazistas descobriram as suas atividades
e em 20 de outubro de 1943, Irena Sendler foi presa pela Gestapo
e levada à temida prisão de Pawiak onde foi brutalmente torturada.
Quebraram-lhe os ossos dos pés, mãos, braços...
mas ela não se dobrou, não conseguiram que revelasse
o paradeiro das crianças que tinha escondido
e muito menos a identidade de seus colaboradores.Foi condenada a morte, sentença que não foi cumprida porque no caminho
à execução um soldado alemão levou-a para um "interrogatório adicional".
Ao sair da visão dos outros, gritou-lhe em polonês:- "Corre Dona... corre".
No dia seguinte seu nome estava na lista dos poloneses executados.Desde então viveu na clandestinidade e permaneceu escondida
até o final da guerra, porém continuou participando ativamente na resistência.Em 1944, durante o Levante de Varsóvia,
colocou suas listas em dois frascos de vidro e enterrou-os no jardim de sua vizinha
para assegurar-se de que chegariam às mãos indicadas se ela morresse.
Ao terminar a guerra, a própria Irena desenterrou os vidros e entregou
as notas ao doutor Adolfo Berman,
o primeiro presidente do comitê de salvamento dos judeus sobreviventes.As crianças só conheciam Irena pelo seu nome de código "Jolanta".
Mas anos depois, sua fotografia saiu num jornal ao ser premiada
pelas suas ações humanitárias durante a guerra.
A partir daí começou a receber muitas chamadas de pessoas que diziam:- "Eu conheço você...
você me salvou...
você foi o anjo que Deus mandou para me salvar...".Enquanto, todos se perguntam como é possível que uma história
como esta tenha permanecido tantos anos no esquecimento,
pese às vezes que se tratou o tema do Holocausto
e das pessoas que o protagonizaram.
Inclusive suas amigas lhe recriminavam que nunca contasse
nada sobre seu heroísmo e suas façanhas juvenis.
No entanto, ela somente sorria em sua cadeira de rodas,
devido às lesões que trazia depois das torturas que sofreu
e se enfadava quando alguém se atrevia a dizer que era uma heroína.Em 1965 a organização Yad Vashem de Jerusalém outorgou-lhe
o título de Justa entre as Nações e nomeou-a cidadã honorária de Israel.
Em 2007 Irena Sendler foi apresentada como candidata para o prêmio
Nobel da Paz pelo Governo da Polônia,
prêmio entregue ao estadunidense Al Gore.Irena faleceu em Varsóvia na última segunda-feira 12 de maio
aos 98 anos de idade.

enviada p/patricia

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A ALMA DO OUTRO...


"No relacionamento amoroso, familiar ou amigo
acredito que partilhar a vida com alguém que
valha a pena é enriquecê-la.
Permanecer numa relação desgastada
é suicídio emocional,
é desperdício de vida"


""A alma do outro é uma floresta escura",
disse o poeta Rainer Maria Rilke, meu único autor de cabeceira.
A vida vai nos ensinando quanto isso é verdade.
Pais e filhos, irmãos, amigos e amantes
podem conviver décadas a fio,
podem ter uma relação intensa,
podem se divertir juntos e sofrer juntos,
ter gostos parecidos ou complementares,
ser interessantes uns para os outros, superar grandes conflitos
– mas persiste o lado avesso,
o atrás da máscara,
que nunca se expõe nem se dissipa.
Nem todos os mal-entendidos,
mágoas e brigas se dão porque somos maus,
mas por problemas de comunicação.
Porque até a morte nos conheceremos pouco,
porque não sabemos como agir.
Se nem sei direito quem sou,
como conhecer melhor o outro,
seu pai, meu filho, meu parceiro, meu amigo
– e como agir direito?
Neste momento escrevo, como já disse,
um livro sobre o silêncio.
Começou como um ensaio na linha de O Rio do Meio
e Perdas & Ganhos,
mas acabou se tornando um romance,
em pleno processo de elaboração.
Isso me faz refletir mais agudamente
sobre a questão da comunicação
e sua por vezes dramática dificuldade,
pois nos mal-entendidos reside
muito sofrimento desnecessário.
Amor e amizade transitam entre esses dois "eus"
que se relacionam em harmonia e conflito:
afeto, generosidade, atenção,
cuidados, desejo de partilhamento
ou de vida em comum, vontade de fazer e ser um bem,
e de obter do outro o que para a gente é um bem,
o complicado respeito ao espaço do outro,
formam um campo de batalha e uma ponte.
Pontes podem ser precárias, estradas têm buracos,
caminhos escondem armadilhas inconscientes
que preparamos para nossos
próprios passos em direção do outro.
O que está mergulhado no inconsciente
é nosso maior tesouro e o mais insidioso perigo.
Pensar sobre a incomunicabilidade
ou esse espaço dela em todos os relacionamentos
significa pensar no silêncio:
a palavra que devia ter sido pronunciada,
mas ficou fechada na garganta e era hora de falar;
o silêncio que não foi erguido no momento exato
– e era o momento de calar.
Mas, como escrevi várias vezes, a gente não sabia.
É a incomunicabilidade, não por maldade ou jogo de poder,
mas por alienação ou simples impossibilidade.
Anos depois poderá vir a cobrança:
por que naquela hora você não disse isso?
Ou: por que naquele momento você disse aquilo?
Relacionar-se é uma aventura,
fonte de alegria e risco de desgosto.
Na relação defrontam-se personalidades,
dialogam neuroses, esgrimem sonhos
e reina o desejo de manipular disfarçado de delicadeza,
necessidade ou até carinho.
Difícil?
Difícil sem dúvida, mas sem essa viagem emocional
a existência é um deserto sem miragens.
No relacionamento amoroso,
familiar ou amigo acredito que partilhar a vida com alguém
que valha a pena é enriquecê-la;
permanecer numa relação desgastada é suicídio emocional,
é desperdício de vida.
Entre fixar e romper, o conflito e o medo do erro.
Somos todos pobres humanos,
somos todos frágeis e aflitos,
todos precisamos amar e ser amados,
mas às vezes laços inconscientes enredam nossos passos
e fecham nosso coração.
A balança tem de ser acionada:
prevalecem conflitos ásperos e a hostilidade,
ou a ternura e aqueles conflitos
que ajudam a crescer e amar melhor,
a se conhecer melhor e melhor enxergar o outro?
O olhar precisa ser atento:
mais coisas negativas ou mais gestos positivos?
Mais alegria ou mais sofrimento?
Mais esperança ou mais resignação?
Cabe a cada um de nós decidir,
e isso exige auto-exame, avaliação.
Posso dizer que sempre vale a pena,
sobretudo vale a pena apostar
quando ainda existe afeto e interesse,
quando o outro continua sendo um desafio em lugar de um tédio,
e quando, entre pais e filhos, irmãos, amigos ou amantes,
continua a disposição de descobrir mais e melhor quem é esse outro,
o que deseja, de que precisa, o que pode
– o que lhe é possível fazer.
Lya Luft

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Origem da estupidez humana...

Uma interpretação inteligente

feita por Peguilho's Entertainment Movies

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Escrito nas estrelas...

um filme mto gostoso...

Serendipity

When You Know

you know that you know who you love,

you can't deny it.

Or go back, or give up, or pretend that you don't buy it.

When it's clear this time you've found the one, you'll never let him go

Cos you know and you know that you know.

When you feel in your skin in your bones and the hollow

Of your heart, there's no way you can wait till tomorrow.

When there isn't any doubt about it once you come this close

Cos you know and you know that you know.

You can feel love's around you like the sky 'round the moon

This is how love has found you, now you know what to do.

When you know that you know who you need, you can't deny it.

Or go back, or give up, or pretend that you don't buy it.

When it's clear this time you've found the one, you'll never let him go

Cos you know and you know that you know.

by Shawn ColvinWhen

domingo, 14 de setembro de 2008

A esperança...




"A esperança tem duas filhas lindas,

a indignação e a coragem;

a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão;

a coragem, a mudá-las."

Santo Agostinho

sábado, 13 de setembro de 2008

Atos e Sentimentos



Somos donos de nossos atos,
mas não donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos,
mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos,
mas não podemos prometer sentimentos...
Atos sao pássaros engailoados,
sentimentos são passaros em vôo.
Mário Quintana

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

MITOS - RELIGIÃO - VERDADE


"...a história tem sido fértil
em esculturas e escritos
refletindo o respeito
e a adoração
das pessoas por objeto..."

"justiça divina...
mentiras por todo lado..."
"aqueles que tomaram a autoridade pela verdade...
em vez de a VERDADE pela AUTORIDADE..."
enviado p/sonia avelar

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Passados sete anos...


eu tb ví isso...
qta gente estava com a TV ligada na hora...
'TERROR NOS CÉUS'
'TRAGÉDIA AMERICANA'
'TRAGÉDIA AMERICANA'

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Publicidade do Viagra...




Há varias formas de publicidade,

mas esta,

que se encontra no consultório de um médico,

merece, seguramente,

a "Palma de Ouro" pela Criatividade.


enviadop/patricia

terça-feira, 9 de setembro de 2008

A mi manera...

Siempre Así - Grupo Espanhol - gostoso de escutar...

enviado p/mônica

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

PAÍS QUE CAI DE BUNDA E CHORA...


Sou tomado de profunda melancolia
ao contemplar o desempenho do Brasil nas Olimpíadas...
e constatar nossa colocação no quadro de medalhas...
comparar nosso país com os países que estão à nossa frente.
Fico triste ao ver que na nossa seleção olímpica de futebol
existem jogadores que ganham milhões e milhões de dólares,
enquanto representantes do nosso judô choram
e são humilhados por não ter dinheiro para pagar o exame de faixa preta.
Fico irado ao ver o Galvão Bueno, nas transmissões da Globo,
enaltecer delirantemente 'o gênio mágico'
do 'fenômeno' Phelps, nadador norte-americano...
e não falar no mesmo tom do nosso nadador Cielo,
este sim, um fenômeno.
Fenômeno porque treinou seis horas por dia
nos três últimos anos,
numa cidade do interior dos EUA,
sustentado pelos próprios pais
e pela generosidade de alguns amigos,
pois não recebe um auxílio oficial.
Fico depressivo ao contemplar na TV
nossas minguadas medalhas de bronze.
E fico pensando que,
de cada mega-sena e outras loterias oficiais,
o governo paga apenas 30 % do arrecado ao ganhador
e propaga que os outros 70 % são destinados a isso ou aquilo,
sem que a gente possa fiscalizar com nitidez essa aplicação.
Estou por completar 66 anos.
E desde pequenino tem sido assim.
Lembro do Ademar Ferreira da Silva,
nosso bicampeão olímpico do salto tríplice que foi competir tuberculoso !
E jamais me sairá da mente o olhar de estupor de Diego Hipólito
caindo de bunda no chão no final da sua apresentação,
quando por infelicidade e questão de dois segundos
deixou de subir ao pódio.
E de suas lágrimas pedindo desculpas,
quando ele não tem culpa de nada.
Das lágrimas de outros atletas brasileiras dizendo que não deu.
Pedindo desculpas aos familiares e ao povo.
Meus Deus !
Será que vou morrer vendo um povo que só chora
e pede desculpas ?
Será que vou morrer num país que se estatela de bunda no chão,
enquanto os políticos roubam descadaradamente
e as CPIs não dão em nada ?
Será que vou morrer num país que se contenta
com o assistencialismo e o paternalismo oficiais,
um povo que vende seu voto por bolsa-família
e por receber um botijão de gás de esmola por mês ?
Até quando, meu Deus .
James Pizarro

domingo, 7 de setembro de 2008

grand pas de deux - el lago de los cisnes

El Lago de los Cisnes, John F. Kennedy Center for Performing Arts, 2005

sábado, 6 de setembro de 2008

NORMOSE - PADRÃO NORMAL EXISTE???




NORMOSE

Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos,
considerado o fundador da ioga no Brasil,
ouvi uma palavra inventada por ele
que me pareceu muito procedente:
ele disse que o ser humano está
sofrendo de normose,
a doença de ser normal.
Todo mundo quer se encaixar num padrão.
Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar.
O sujeito 'normal' é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido.
Quem não se 'normaliza' acaba adoecendo.
A angústia de não ser o que os outros esperam de nós
gera bulimias, depressões, síndromes do pânico
e outras manifestações de não enquadramento.
A pergunta a ser feita é:
quem espera o que de nós?
Quem são esses ditadores de comportamento
a quem estamos outorgando tanto poder
sobre nossas vidas? Eles não existem.
Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta
exigindo que você seja assim ou assado.
Quem nos exige é uma coletividade abstrata
que ganha 'presença' através de modelos
de comportamento amplamente divulgados.
Só que não existe lei que obrigue
você a ser do mesmo jeito que todos,
seja lá quem for todos.
Melhor se preocupar em ser você mesmo. A normose não é brincadeira.
Ela estimula a inveja,
a auto-depreciação
e a ânsia de querer o que não se precisa.
Você precisa de quantos pares de sapato?
Comparecer em quantas festas por mês?
Pesar quantos quilos até o verão chegar? Não é necessário fazer curso de nada
para aprender a se desapegar de exigências fictícias.
Um pouco de auto-estima basta.
Pense nas pessoas que você mais admira:
não são as que seguem todas as regras bovinamente,
e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria
e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo.
Criaram o seu 'normal' e jogaram fora a fórmula,
não patentearam,
não passaram adiante.
O normal de cada um tem que ser original.
Não adianta querer tomar para si as ilusões
e desejos dos outros.
É fraude.
E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.Eu não sou filiada,
seguidora, fiel, ou discípula
de nenhuma religião ou crença,
mas simpatizo cada vez mais
com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais
e emocionais, e a viver de forma mais íntegra,
simples e sincera.
Por isso divulgo o alerta:
a normose está doutrinando erradamente muitos homens
e mulheres que poderiam, se quisessem,
ser bem mais autênticos e felizes.

Martha Medeiros
(05.08.07-Jornal Zero Hora-P.Alegre-RS)


enviado p/virginia

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

sua vida é a maior empresa do mundo...




Viver é um espetáculo imperdível...
Você pode ter defeitos,
viver ansioso
e ficar irritado algumas vezes,
mas não se esqueça de que sua vida
é a maior empresa do mundo.
Só você pode evitar que ela vá à falência.
Lembre-se sempre de que ser feliz
não é ter um céu sem tempestades,
caminhos sem acidentes,
trabalhos sem fadigas,
relacionamentos sem decepções.
Ser feliz é encontrar força no perdão,
esperança nas batalhas,
segurança no palco do medo,
amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso,
mas refletir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso,
mas aprender lições nos fracassos.
Não é apenas ter júbilo nos aplausos,
mas encontrar alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida,
apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz não é uma fatalidade do destino,
mas uma conquista de quem sabe viajar
para dentro do seu próprio ser.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problema
se se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si,
mas ser capaz de encontrar um oásis
no recôndito da sua alma.
É agradecer a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica,
mesmo que injusta.
É beijar os filhos, curtir os pais e ter momentos
poéticos com os amigos,
mesmo que eles nos magoem.
Ser feliz é deixar viver a criança livre,
alegre e simples que mora dentro de cada um de nós.
É ter maturidade para falar "eu errei".
É ter ousadia para dizer "me perdoe".
É ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você".
É ter capacidade de dizer "eu te amo".
Faça da sua vida um canteiro de oportunidades.
Que nas suas primaveras você seja amante da alegria.
Que nos seus invernos você seja amigo da sabedoria.
E, quando você errar o caminho, comece tudo de novo.
Pois assim você será cada vez mais apaixonado
pela vida e descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita,
mas é usar as lágrimas para irrigar a tolerância,
usar as perdas para refinar a paciência,
usar as falhas para esculpir a serenidade,
usar a dor para lapidar o prazer,
usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz,
pois a vida é um espetáculo imperdível...
autor: Augusto Cury
enviado p/ciruela

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Beth Clark

conf. Magnani

"dá uma “saudade boa” que não dói...

Que se lembrem dela

com alegria e reverência é tudo que desejo"...

niver da Beth


Canção na plenitude



Canção na plenitude

Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente,
e a pele translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas,
sou uma estrutura agrandada pelos anos
e o peso dos fardos bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)
O que te posso dar é mais que tudo o que perdi:
dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
a busca de te agradar quando antigamente quereria apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza e juventude agora:
esses dourados anos me ensinaram a amar melhor,
com mais paciência e não menos ardor,
a entender - tese precisas,
a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante
e colo de amiga,
e sobretudo força
— que vem do aprendizado.
Isso posso te dar:
um mar antigo e confiável cujas marés
— mesmo se fogem —
retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.
pra todas as mães separadas...

Lya Luft
O texto acima foi extraído do livro "Secreta Mirada"

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

NÃO HÁ TRAGÉDIA...




“NÃO HÁ TRAGÉDIA,
MAS O INEVITÁVEL.
TUDO TEM SUA RAZÃO DE SER:
VOCÊ SÓ PRECISA SABER DISTINGUIR
O QUE É PASSAGEIRO,
DO QUE É DEFINITIVO.
O QUE É PASSAGEIRO?
- O INEVITÁVEL.
E O QUE É DEFINITIVO?
- AS LIÇÕES DO INEVITÁVEL.”

Paulo Coelho-o monte cinco

terça-feira, 2 de setembro de 2008

You Needed Me - By INE BRAAT

Lyrics:(You needed me)

I cried a tear

You whipped it dry

I was confused

You cleared my mind

I sold my soul

You bought it back for me

And held me up

And gave me dignity

Somehow you needed me

You gave me strength

To stand alone again

To face the world

Out on my own again

You put me high

Upon a pedestal

So high that I could almost see eternity

You needed me

You needed me

And I can't believe it's you

I can't believe it's true

I needed you

And you were there

And I'll never live what should I leave

I'd be a fool

'Cause I finally found someone who really care

You held my hand

When it was cold

When I was lost

You took me home

You gave me hope

When I was at the end

And turned my lies

Back into truth again

You even called me: Friend

You needed me,

You needed me

Letra em Português:(Você precisou de mim)

Eu derramei uma lágrima

E você a secou

Eu estava confuso

Você clareou minhas idéias

Eu vendi minha alma

Você a trouxe de volta a mim

Eu abracei o mundo

Você me deu dignidade

De algum modo você precisou de mim.

Você me deu forças

Pra ficar sozinho novamente

Para encarar o mundo

Por fora de minha casca, novamente

Você me elevouSobre um pedestal

Tão alto que até mesmo pude ver a eternidade

Você precisou de mim

Você precisou de mim.

Eu não posso acreditar que é você

Não posso acreditar que é verdade

Eu precisei de você

E vocÊ estava lá

E eu nunca abandonarei,

porque deveria abandonar?

Eu seria um tolo

Pois eu finalmente encontrei alguém que realmente se importa.

Você segurou minha mão

Quando estava frio

Quando eu estava perdido

Você me levou pra casa

Você me deu esperança

Quando eu estava no fim

Você transformou minhas mentiras

Em verdades novamente

E até mesmo me chamou de "amigo".

Você me deu forças

Pra ficar sozinho novamente

Para encarar o mundo

Você me elevouSobre um pedestal

Tão alto que até mesmo pude ver a eternidade

Você precisou de mim

Você precisou de mim.

Você precisou de mim

Sim, você precisou de mim

This video is a conversion made by Suely Hinds

of Ine' Braat's PPS "You Needed Me" performed by the Irish Band "Boyzone".

pra Oreia

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A fidelidade



A fidelidade não é um valor entre outros,
uma virtude entre outras:
ela é aquilo por que, para que há valores e virtudes.
Que seria a justiça sem a fidelidade dos justos?
A paz, sem a fidelidade dos pacíficos?
A liberdade, sem a fidelidade dos espíritos livres?
E que valeria a própria verdade
sem a fidelidade dos verídicos?
Ela não seria menos verdadeira,
decerto, mas seria uma verdade sem valor,
da qual nenhuma virtude poderia nascer.
Não há sanidade sem esquecimento,
talvez; mas não há virtude sem fidelidade.
Higiene ou moral.
Higiene e moral.
Porque não se trata de esquecer nada,
nem de ser fiel a qualquer coisa.
Nem a sanidade basta, nem a santidade de impõe.
“Não se trata de ser sublime, basta ser fiel e sério.”
Aí está.
A fidelidade é virtude de memória,
e a própria memória como virtude.

"traímos primeiro aquilo de que nos lembramos,
depois esquecemos o que traímos..."

"Ser fiel, para o pensamento,
não é recusar-se a mudar de idéia (dogmatismo),
nem submeter suas idéias a outra coisa
que não a elas mesmas (fé),
nem considerá-las como absolutos (fanatismo);
é recusar-se a mudar de idéia sem boas e fortes razões
e – já que não se pode examinar sempre –
é dar por verdadeiro, até novo exame,
o que uma vez foi clara e solidamente julgado.
Nem dogmatismo, pois, nem inconstância.
Tem-se o direito de mudar de idéia,
mas apenas quando é um dever.
Fidelidade à verdade, antes de tudo,
depois à lembrança da verdade
(à verdade conservada):
este é o pensamento fiel, isto é, o pensamento."

"A fidelidade está subordinada à lei moral;
não a lei moral à fidelidade."

Pequeno tratado das grandes virtudes
André Comte-Sponville
niver Renata